Sou Kelli Caroline Mattes. Tenho 27 anos, sou solteira e tenho uma linda boneca de 8 meses chamada Valentina. Moro em Araricá com meus pais e minha filha. Trabalho no turno da manhã em Araricá, numa escola do estado, onde atuo em diversas áreas (secretaria, apoio pedagógico...) e à tarde leciono para uma primeira série numa escola municipal de Sapiranga.
Ingressei no Magistério em busca de uma profissão, que ensaiava com bonecas e primos desde a infância.
Ingressei no Magistério em busca de uma profissão, que ensaiava com bonecas e primos desde a infância.
Ao concluir o estágio tive a grande decepeção da minha vida: estava formada e meus 17 anos não me permitiam lutar por um concurso. Revoltei-me com o sistema! Foi aí que surgiu o convite de trabalhar na SEMEC da recém emancipada Araricá, onde tive a alegria de iniciar a Secretaria na Cidade, como meu primeiro emprego. Dali saí para assumir um concurso no Estado.Por fim adquiri duas matrículas. Trabalhei com 2ª, 3ª e 4ª séries. E após concluído o estágio tive o prazer de ir trabalhar na 2ª Coordenadoria Regional de Educação por dois anos. Os melhores da minha vida. Saí de lá para vir morar com meus pais e evitar de colocar minha filha em uma creche. Em seguida surgiu o concurso de Sapiranga e exonerei-me 20h do Estado.
Hoje vivencio a educação com muita paixão, compromisso, seriedade e amor. Tenho ousadia para reconstruir e recomeçar sempre que for necessário. Ou melhor, sempre que isso puder resultar em melhores frutos. Tenho medo de olhar pra trás e pensar que poderia ter sido melhor. Tenho medo de não perceber a minha filha crescendo e não dar a ela o tempo que ela merece em nome do comprometimento com aquilo que faço. Tenho medo de ser pequena frente aos desafios que a vida me coloca...mas se não pudesse dar conta deles, o Cara lá de cima não teria colocado eles no meu caminho...Ele sempre sabe o que faz...quero dialogar sobre os diversos caminhos da prática pedagógica...quero reconstruir, aprimorar, melhorar mais e mais.Acredito que há sempre algo a ser feito e que tudo pode ser melhorado.Na leitura de “O conto da ilha desconhecida”, de José Saramago, a frase que mais me marcou foi “O sonho de um prestigitador hábil, muda as proporções das coisas e suas distâncias, separa as pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se vêem uma a outra.”, porque às vezes é assim que me sinto na minha prática. Ao mesmo tempo em que luto para ser uma ótima professora, parece que sou pequena frente ao compromisso que é a educação.
Cada criança que entra em nosso caminho é uma ilha desconhecida...cheia de tesouros, mistérios, curiosidades, grutas, belezas, desafios...mas acima de tudo, única. E merece ser apreciada com toda intensidade, explorada com toda serenidade, reconhecida em sua potencialidades e auxiliada para encontrar alternativas para ultrapassar seus limites.
Na foto, a mais desconhecida e sagrada de todas as ilhas para mim.
O melhor dia da minha vida: 25/01/06 e a única Valentina
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